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| | Distrito 12 | |
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+3Elizabeth Williams Toba Kilauea Wallace McQueen 7 participantes | Autor | Mensagem |
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Wallace McQueen
Mensagens : 318 Data de inscrição : 17/04/2015 Localização : Capital Jogador : Állan
| Assunto: Distrito 12 Seg Abr 20, 2015 12:54 am | |
| DISTRITO 12
""O Distrito 12 é o mais pobre e ridicularizado distrito na nação de Panem. Localizado nas Montanhas Apalaches e com uma população de menos de 10 mil pessoas, o Distrito 12 é especializado em mineração de carvão." Antecipando os dias da Colheita, o ambiente no Distrito 12 estava bastante tenso. Haviam menos gente na rua, as pessoas falavam menos e pareciam nervosas. Porém, o trabalho continuava. ATENÇÃO: Utilize este tópico para interagir dentro do seu Distrito (sozinho ou com o seu companheiro de Distrito). Pode falar de tudo, desde do que está fazendo até ao que está sentindo. Aproveite para desenvolver a história do seu personagem. A postagem não é obrigatória, mas apenas a faça se tiver a certeza que não mudará o distrito e ocupação do seu personagem depois. E lembre-se: O seu personagem ainda não foi escolhido na Colheita.
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| | | Toba Kilauea
Mensagens : 38 Data de inscrição : 23/04/2015 Idade : 26 Localização : Distrito 12 Jogador : Vini
| Assunto: Re: Distrito 12 Dom Abr 26, 2015 6:32 pm | |
| TOBA KILAUEA
Deitado em minha cama, percebo o quanto mudei ao longo dos anos, e sempre tento recordar os bons momentos da minha vida. Mas nem sempre é assim...
Vejo o sangue escorrendo pela neve totalmente pálida, quase tão quanto o rosto dela que jazia no chão, e em seguida ouço os gritos, a lamentação das pessoas que se amontoavam perto para poder ver aquela tragédia. Tampo o rosto com as minhas mãos e fecho meus olhos, percebo que eu estava chorando como se o mundo fosse acabar, e realmente acabou naquele dia que nunca esquecerei.
Tenho que levantar-me e ir trabalhar, hoje irei sozinho para esvaziar a mente, não que eu prefira ficar isolado, mas...
Saio sem comer nada porque não estava com fome nenhuma, e sinceramente não estava com vontade de preparar coisa alguma. Não queria acordar ninguém nessa hora da manhã e muito menos pensar na hipótese disso acontecer.
O sol nem havia dado sinal de vida e cá estou eu, andando pela rua no distrito. Sempre dou uma caminhada antes de trabalhar, acho isso simplesmente incrivelmente incrível! Além de exercitar o corpo, acaba relaxando a mente.
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| | | Toba Kilauea
Mensagens : 38 Data de inscrição : 23/04/2015 Idade : 26 Localização : Distrito 12 Jogador : Vini
| Assunto: Re: Distrito 12 Qua maio 06, 2015 4:32 pm | |
| TOBA KILAUEA
Finalizo os exercícios depois de ter meditado um pouco, me sinto mais leve e livre como os tordos que voam por aí, apesar de nunca ter visto um. Queria poder ter essa oportunidade, apesar de ser raro ver algum e certamente eu não saberia qual seria a minha reação no momento.
A cada dia observo tudo o que se passa no distrito, ao menos a maior parte... Me considero uma pessoa muito atenciosa por observar cada detalhe possível. Hoje, por exemplo, vi que muitos estão comentando sobre a dificuldade de se trabalhar nas minas e que cinco pessoas já morreram neste ano, mesmo assim o trabalho nunca para e o dinheiro sempre é pouco. Lembro-me no dia em que meu pai comentou sobre o trabalho nas minas, e a comparando aquele tempo e o de hoje, o esforço aumentou muito. Infelizmente, a vida no distrito doze é isso.
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| | | Elizabeth Williams
Mensagens : 29 Data de inscrição : 28/04/2015 Localização : Distrito 12 Jogador : Joana Ascenção
| Assunto: Re: Distrito 12 Qua maio 20, 2015 4:15 pm | |
| Elizabeth Williams “O tempo foi passando e eu fui crescendo no seio desta minha família pobre que eu tanto amo.
Desde cedo soube que me esperava uma vida difícil, árdua e cheia de sacrifícios. No entanto, quando me apercebi de que os meus pais não tinham meios financeiros para me manter na escola, uma vez que o meu pai tinha perdido o emprego, todos os meus sonhos desaparecem. Que injustiça e que revolta senti! Que impotência face a um destino impiedoso de não poder estudar e de não ter a possibilidade de usufruir de uma vida melhor que a dos meus pais. Eu não queria uma melhor qualidade de vida só para mim, mas sonhava proporcionar uma vida melhor aos meus pais na sua velhice. Muitas vezes vi a minha mãe a chorar por não me poder mandar para a escola e ainda mais por eu ser a melhor aluna.
Os caminhos de casa até à escola eram longos e perigosos, não havia luz elétrica e tinha de atravessar campos áridos da seca extrema. Na escola não havia telecomunicações e saneamento básico. No refeitório havia uma grande escassez de alimentos. Mas era aquela a minha escola! Era ali que eu sonhava preparar o meu futuro. Não havia outra…
Muitas vezes os professores batiam. Um dia um professor bateu tanto a uma aluna minha amiga, que as suas mãos até sangraram. Aproximei-me dela, peguei-lhe nas mãos acariciando-as com carinho e em silêncio sentei-me ao seu lado. Pude ver o seu olhar meigo como se me estivesse a agradecer aquele meu gesto de amizade.
Não sei o que é feito dela atualmente. Nunca mais a vi, mas espero que a vida lhe sorria e que seja muito feliz. Gostava de a encontrar um dia e matar todas as saudades.
Naquela altura nem tudo era mau na nossa escola. Havia uma grande camaradagem entre os alunos e eu tinha uma enorme determinação em superar todas as contrariedades, um grande amor pelo ensino e uma grande vontade de aprender.
Por outro lado, o sacrifício feito pela minha mãe, que trabalhava arduamente até ao limite das suas forças, assim como o desespero do meu pai à procura de trabalho a fim de arranjar dinheiro para a família estava a chegar ao extremo e a esperança de me manter na escola estava cada vez mais pequenina. Muito determinada senti que tinha de fazer algo para ajudar e tentar fugir ao destino quase inevitável. Como tinha muitos conhecimentos sobre plantas fui, muitas vezes sozinha e em segredo, para o mato apanhar plantas raras.
Apesar de adorar o ar puro do campo e do bosque e de me sentir como se estivesse em casa, percorria aqueles caminhos térreos assustada, porque sabia que naquela zona haviam muitas de serpentes. Apesar de assustada, mas sem nunca o demonstrar, nunca mudei de ideias e continuei a tarefa a que me propus. Precisava de ajudar meus pais e a mim mesma a realizar um sonho. Preparar o meu futuro.
Um dia, o meu pai muito curioso resolveu seguir-me para saber o que me levava a sair bem cedo de casa e sempre à mesma hora. Aí, ele viu-me a apanhar plantas, quando subitamente surge na minha frente uma serpente gigante. Muito assustada, recuei, mas logo no mesmo instante, meu pai apareceu e gritou para me afastar. Obedeci e a terrível serpente parecia afastar-se também, como se estivesse amedrontada, tal como nós, mas, para nossa surpresa, virou-se para meu pai. Estremeci de medo! Fechei os olhos, pois não queria ver! O meu pai corria perigo. Ele gritou-me e disse-me para fugir…
Ainda hesitei, mas corri, corri tanto que nem via onde punha os pés! Cheguei a casa com o coração quase a saltar-me pela boca e fechei-me no quarto, já arrependida por ter fugido. Tinha abandonado o meu pai à sua sorte.
O tempo parecia não passar… Ele não chegava… A minha cabeça estourava de tanta dor… Que teria acontecido? Não conseguia deixar de pensar no meu paizinho querido…
A certa altura vi chegar o meu pai. Corri para ele e abraçamo-nos. Foi um abraço tão forte e sentido que parecia não ter fim. Nesse momento compreendi que o amor que nos unia era forte e infinito. Apesar de todos os muitos sacrifícios não consegui manter-me na escola. O meu pai sofria e a pouco-e-pouco o seu coração enorme e bondoso transformou-se numa pessoa amarga, talvez pelas adversidades da vida.”
Fui crescendo até aos dias de hoje. Entretanto, a minha mãe ficou doente e deixou de poder trabalhar. Meu pai, homem amargurado por causa da vida que sempre teve, tem planos mais ambiciosos para mim. Pois ele quer que me case com o filho do dono da mina onde agora trabalha. Não gosto de discutir, mas ontem tive uma discussão brutal com ele. Nunca aceitei nem aceito as suas exigências, pois acho que sou demasiado nova, com outros objetivos na vida e não quero casar com ninguém. Sempre pensei e penso que não é através do casamento que se vence na vida. Quero vencer por mim própria, com o meu esforço e dedicação em tudo aquilo que desejo.
Já quase madrugada deitei-me demasiado cansada e furiosa com meu pai e com a esperança que nascesse um novo dia. Dei voltas toda a noite na cama e a lembrança do dia anterior vinha-me sempre à memória.
Ainda não era dia, levantei-me com uma grande vontade de espairecer. Preparei-me e ainda bem cedo saí de casa. Caminhei por aqueles caminhos ingremes e sem destino. A certa altura ouvi uma voz ao longe a chamar por mim. Olhei e vi um rapaz alto e bem-parecido. “Quem seria?” pensei eu. | |
| | | Toba Kilauea
Mensagens : 38 Data de inscrição : 23/04/2015 Idade : 26 Localização : Distrito 12 Jogador : Vini
| Assunto: Re: Distrito 12 Sex maio 29, 2015 10:42 pm | |
| TOBA KILAUEA
Estava perto do local em que seria feito o trabalho de hoje, segundo o vovô as informações que poderiam ser descobertas abririam novas possibilidades a vida no distrito doze, mesmo que nenhum de nós esteja vivo até lá.
Algo parece atrair a minha atenção, viro-me e vejo uma garota que aparenta surpresa com algo. Nunca a vi na vida, mas agora também não tenho tempo para tentar descobrir quem seria esta, porém a curiosidade estava me matando de certa forma que eu precisava descobrir.
Aceno em sua direção, e como não há tempo faço um sinal com os dedos para informar as horas e aponto em direção a cerca de nosso distrito que separam-nos do restante de Panem. Espero que ela tenha entendido que, pois a sua feição permaneceu triste.
Ouço-a murmurar algo, mas não tenho tempo para permanecer ali. Faltava pouco para eu chegar ao local que preciso trabalhar. Avisto Roseta e com isso sei que estou no local certo e provavelmente ficaríamos até de noite. Chegou mais gente, fico surpreso por não ter conhecimento de tantas pessoas nessa ocupação.
A movimentação pra lá e pra cá estavam me deixando perplexo, como iam achar algo nesse tumulto? A pesquisa tem de ser calma. Argh, pelo jeito hoje não vamos achar nada, e tenho a certeza que voltaremos até acharmos o que vovô disse que teria.
Estava ficando noite, e aparentemente iria chover, se não, nevar. A indecisão estava me matando, vá que a garota não esteja no local marcado, talvez ela nem irá porque sou um desconhecido.
Meu coração batia forte, imagina se ela possui um passado como eu? Não, eu espero, é muita dor.
As pesquisas chegam ao fim hoje e nada havia sido encontrado, o que nos resta é voltar amanhã no dia seguinte e ficar até encontrarmos, se vovô disse que há algo, há. Nos despedimos e rezo para a garota estar no local.
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| | | Elizabeth Williams
Mensagens : 29 Data de inscrição : 28/04/2015 Localização : Distrito 12 Jogador : Joana Ascenção
| Assunto: Re: Distrito 12 Dom maio 31, 2015 8:26 pm | |
| Elizabeth Williams Por momentos fiquei um pouco a observar esse rapaz… Fazia-me lembrar alguém… Alguém que eu conhecia e me trazia boas recordações!
Tinha um ar sereno e ao mesmo tempo preocupado, como se procurasse algo ou estivesse com pressa. Começou a deixar-me curiosa… Precisava de o conhecer, mas não passava de um desconhecido. Meus pais tinham-me ensinado a não me aproximar e a não confiar em desconhecidos. No entanto, e sem saber explicar o porquê este era um desconhecido diferente, que me inspirava confiança…
De repente senti um arrepio! Estava frio e eu tinha-me esquecido do casaco em casa. Cruzei os braços para me tentar aconchegar, mas a brisa fresca da manhã teimava em não me deixar em paz.
Na minha cabeça parecia haver um turbilhão de pensamentos: a discussão com o meu pai, a doença de minha mãe, a minha triste vida, todas as dificuldades do distrito doze e agora esta curiosidade e vontade de conhecer este misterioso rapaz…
De longe e sem me atrever a aproximar-me, olhei novamente para ele. Curiosamente, ele estava a observar-me também. Parecia sorrir. Apeteceu-me sorrir igualmente, mas não consegui de tão nervosa que estava.
Meu Deus, ele acenou em minha direção fazendo-me um sinal. Parecia marcar um encontro. Levantou a sua mão apontando em direção à cerca do nosso distrito e com os dedos informou-me a que horas seria. Espero não me ter enganado. Estaria eu a sonhar? Belisquei-me! Doeu-me, afinal não era um sonho, era realidade.
Entretanto ouvi um ruido… Era meu pai. Tinha um aspeto muito cansado logo de manhã. Disse que precisa de falar urgentemente comigo e que tinha uma proposta irrecusável para me fazer. O que seria? Estava tão sério e pensativo, como se estivesse a esconder algo… Ainda procurei com o olhar o tal rapaz, mas ele já se tinha ido embora? Para onde teria ido? Quem seria? Tantas perguntas e nenhuma resposta…
Meu pai estranhou aquele meu olhar, não menos misterioso, perguntando-me o que se passava. Não respondi, apenas esbocei um sorriso…
Seguidamente sentei-me num rochedo que para ali havia e em silêncio ouvi o meu pai. Enquanto falava muito baixinho como se estivesse sem forças para o fazer, olhava-me com um olhar muito triste e apagado. Falou, falou até que me deu a notícia. Apesar de intrigada, saltei de felicidade. Por milagre, tinha-me arranjado trabalho. No entanto, uma dúvida pairava no ar! Com tantas dificuldades no nosso distrito e tanta falta de oportunidades como teria ele conseguido? Tanta gente à procura e logo eu a conseguir? Mesmo assim e sem perceber muito bem no que consistia o trabalho aceitei. Afinal tinha de trabalhar, fosse no que fosse. Não podia ser esquisita e trabalho é trabalho, desde que seja digno e honrado.
O meu pai disse-me quando começava e a que horas. Estava feliz por começar tão rápido. Mas… meu Deus quase na mesma hora do encontro com o “meu desconhecido”… Teria eu tempo para tudo? Novamente tanta pergunta e nenhuma resposta…
Decidi regressar a casa. A minha mãe estava deitada. Tinha cara de choro devido às dores e quando lhe perguntei como se sentia, respondeu-me com um sorriso forçado que estava muito melhor. Fingi que acreditei e afastei-me rapidamente para também ela não me ver chorar. Estava ficando noite. O tempo estava triste, quase tão triste como o meu coração. Talvez chovesse ou talvez nevasse...
Que faria eu se minha mãe me faltasse? Como conseguiria viver sem ela? A quem contaria eu os meus segredos, as minhas aflições? Perguntas e mais perguntas… A hora do encontro estava a aproximar-se…
Saí bem cedo de casa e dirigi-me para o local marcado. Cheguei lá quase uma hora mais cedo. Enquanto esperava fui observando o que me rodeava e pensava se realmente deveria estar ali. Na realidade ele era um desconhecido. Não me estaria a meter em confusões? A indecisão estava-me a matar. E se ele faltasse ao encontro? No mesmo instante e ainda não tendo dado por terminado o meu pensamento levantei os olhos e para meu espanto vi uns olhos lindos a olharem para mim. Era ele!… Sorriu-me e eu sorri-lhe também… | |
| | | Wallace McQueen
Mensagens : 318 Data de inscrição : 17/04/2015 Localização : Capital Jogador : Állan
| Assunto: Re: Distrito 12 Qua Jun 03, 2015 5:41 pm | |
| 06:xx hrs Tributo Feminino do Distrito 4 Tributo Masculino do Distrito 6 Tributo Feminino do Distrito 6
Esta é a TV da Capital!Todas as televisões de Panem se ligam automaticamente, tocando o hino do país enquanto o brasão do governo toma quase toda a tela. Uma repórter um tanto quanto exótica aparece de repente, com um sorriso de orelha a orelha. Sua pele pálida quase se camufla com a parede da Sala de Comando. Atrás dela, é possível ver os três mentores dos últimos tributos vivos na arena da 26º Edição Anual dos Jogos Vorazes.
— Olá, Panem! Todos nós estamos muito animados com a final da Vigésima Sexta Edição! - o seu sorriso branco e gigante não some de seu rosto por um só segundo - Tori, Alpha e Athena são os últimos tributos restantes lutando pela coroa. E agora, entrevistaremos os seus mentores!
A mulher caminha desengonçadamente até Mags, a mentora de Tori. A vitoriosa olhava fixamente para a tela, não percebendo nem quando a repórter chega atrás dela.
— Mags, poderia nos dar uma palavrinha quanto a essa final? - a mentora vira sua cadeira e recebe a mulher com um sorriso fraco. Era aparente o seu cansaço físico e psicológico -Tori está sendo muito mencionada como a que tem mais chances de vencer a edição. Acha que a sua mentoreada tem tanto potencial assim?
— Eu tenho muita esperança. Mas ela está nos Jogos Vorazes. Um pequeno deslize e você cai. Um pequeno erro de calculo e seu canhão dispara. Mas ela é esperta e capaz, sei que conseguirá! Panem, torçam para Tori Miller. Conto com todos vocês.
A repórter agradece a mentora e vai em direção aos dois mentores do Distrito 6. Oliver está sentado em sua cadeira confortavelmente, não parecendo tenso ou abalado. Enquanto Otillie segura seu rosto com ambas as mãos e não tira os olhos da tela. Seu rosto está bastante pálido e suas olheiras um tanto quanto evidentes.
— Oliver. Otillie. - cumprimenta a repórter, com um aperto de mão - Dois Tributos do Distrito 6 no TOP3! Vocês imaginam como o Distrito 6 está reagindo quanto a isso?!
— Acredito que todos estão bem animados. - diz Oliver, sem muita animação - Poucos dos Tributos do nosso distrito conseguem chegar tão longe. Eu, Otillie, Liam, Athena e Alpha fomos os únicos a chegar no TOP5.
— Imagino que sim. As chances do Distrito 6 receber um vitorioso este ano é bem grande. Mas tudo pode acontecer, não é verdade? E você, Otillie, suas expectativas estão altas?
A repórter aponta o microfone pra vitoriosa, que continua olhando para as telas e não dá importância para a mulher da Capital. Oliver chama a atenção da jovem vitoriosa cutucando seu ombro, fazendo-a olhar rapidamente para a câmera.
— Oh, me desculpe! O que disse? - seu abatimento era evidente.
— Isso sim é uma mentora dedicada! - tenta ajudar a repórter, parecendo um tanto quanto constrangida - Suas expectativas estão altas quanto a receber um vitorioso este ano?
— Eu realmente espero que sim. - Otillie abaixa a cabeça, tristonha - Ser mentor é bastante cansativo, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Seria muito frustrante perdê-los a essa altura. Na verdade, eu gostaria de levar os dois para casa. - brinca Otillie, com um sorriso fraco no final.
— Infelizmente, isso não é possível. Mas agora está na mão dos nossos três últimos tributos vivos. - conclui a repórter - Fiquem ligados, cidadãos de Panem, a final da Vigésima Sexta Edição Anual dos Jogos Vorazes está próxima e logo, logo mais um novo nome entrará para o nosso Hall da Vitória!
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| | | Belladonna Devine Admin
Mensagens : 240 Data de inscrição : 17/04/2015 Localização : Capital Jogador : Haniel
| Assunto: Re: Distrito 12 Ter Jun 09, 2015 7:32 am | |
| 26° EDIÇÃO DOS JOGOS VORAZES: A FINAL
É noite, por volta da 1h da manhã.
Alpha e Athena estão sentados na areia da praia em frente a floresta colorida, ambos com expressões cansadas, denotando exaustão física e mental. A tensão é quase palpável no ar. O garoto permanece focado no bestante humanoide que se encontra em cima da Cornucópia, sentado e de olhos fechados. Já a garota parece não se focar em nada, a não ser em Alpha. Após uma breve conversa eles decidem dormir em turnos, primeiro Alpha depois Athena.
Enquanto isso, Tori se mantém escondida no interior do chifre de metal. A adaga em uma mão e a rede de pesca na outra. O aborrecimento, o incômodo e apreensão são nitidamente visíveis no rosto da garota enquanto ela se alimenta e mantém sua incansável vigília.
Os segundos tornam-se minutos, os minutos tornam-se horas e as horas se arrastam lenta e dolorosamente para todos os três tributos ainda vivos. É quando a escuridão da noite começa a ceder lugar para a claridade do dia que uma exclamação de surpresa e dor reverbera por toda a arena, arrancando os tributos de seus estupores e momentos de descanso.
- OUCH! – Rouca e esganiçada, a voz do Leprechaum volta a se manifestar após horas adormecida.
Uma grande acumulação de nuvens negras agora cobre o céu da arena. O silêncio impera por algum tempo, até que a chuva começa a cair, fraca e dispersa. É então que a criaturinha se manifesta novamente.
- É... PARECE QUE EU JÁ CAUSEI PROBLEMAS DE MAIS POR AQUI... – Ele fala zombeteiro, as palavras carregadas de escárnio e malícia. – A SITUAÇÃO ESTÁ PARA FICAR BEM FEIA, APROVEITEM SEUS ÚLTIMOS MOMENTOS DE VIDA, CRIANÇAS.
O bestante simplesmente desaparece em meio a uma lufada de vento. O casal do Distrito 6 se encara assustado enquanto Tori se estica para observar a gotas de chuva molhando a areia do lado de fora do chifre de metal.
A chuva aumenta de intensidade, finalmente acertando algumas de suas gotas em Alpha e Athena. Assim que a água entra em contato com suas peles, ambos soltam exclamações de dor e sentem os locais atingidos arderem de uma forma que nunca haviam sentido antes. Imediatamente eles procuram formas de se proteger da chuva ácida e passam a correr na direção da Cornucópia.
Tori, que durante todo o tempo esteve abrigada da chuva, faz um apelo por patrocínio para uma das câmeras internas no fundo do chifre dourado, mas parece não ser ouvida, pois nenhum paraquedas é enviado. Ela se agacha e abre a mochila em busca de suprimentos, porém estaca quando nota a chegada de Alpha e Athena.
Os tributos se encaram, os músculos tensionados e os olhos atentos. Cada um com os nós dos dedos já esbranquiçados por apertarem com muita força as empunhaduras de suas armas. Athena tenta argumentar com Tori, mas a garota do Distrito 4 parece se irritar ainda mais e arremessa sua rede na direção de Alpha.
O garoto desfere um golpe na rede enquanto ela ainda está no ar, abrindo um rombo no lugar acertado, mas isso não impede que o instrumento caia em cima de Alpha, fazendo com que ele se atrapalhe um pouco. Tori utiliza seu pé traseiro como base para tomar impulso e ir na direção de Alpha acabar com sua vida, mas para imediatamente quando percebe Athena se aproximar por trás com sua faca apostos. Ela desvia do golpe de Athena e em um reflexo acaba cravando sua adaga no abdome da garota do 6, que em seguida dá alguns passos cambaleantes para trás e cai sentada, lamentos e gemidos de dor escapando por entre seus lábios. Ao presenciar a cena Alpha entra em pânico, sua mãos começam a tremer e a respiração a acelerar.
Agindo em piloto automático, completamente fora de sua consciência, Alpha se liberta da parte da rede que o prendia e lança a corrente de sua arma na mão de Tori que segura a adaga. A corrente se enrola nela e Alpha a puxa com força para cima de si. Tori estaca e se volta para o garoto fazendo muita força para levar a mão liberta até o rosto e remover a máscara de gás e o óculos de visão noturna que vestia. Ao se deparar com o rosto nu da garota, Alpha parece levar outro choque , o pavor em seu rosto é algo impossível de ser contestado. Tori o encara com ódio, os dentes a mostra e lágrimas quase transbordando dos olhos.
- Vocês nos traíram! Connor morreu e vocês também são culpados! – A garota do 4 cospe as palavras em cima de Alpha.
A reação do garoto é imediata. Ele usa de toda a sua força para puxar a corrente para baixo na intenção de derrubar Tori, porém a garota já esperava por algo do tipo, ela se desequilibra brevemente e cai de joelhos, mas logo recupera sua posição. Com um movimento rápido, a garota do Distrito 4 se aproxima de Alpha e crava a adaga em sua virilha. Ele recua alguns passos por causa da dor e examina brevemente o ferimento, obviamente Tori queria feri-lo mortalmente, mas por algum motivo não havia conseguido.
Tori tenta se levantar e se estabilizar, sofrendo por causa da sua falta de equilíbrio.Alpha mesmo paralisado pela dor, parece conseguir reagir a tempo, a lâmina da kusarigama do tributo masculino do Distrito 6 corta a pele da barriga de Tori e deslisa mortalmente para dentro de seu abdome. O corpo da garota arqueia para trás com uma expressão de pavor dominando seu rosto, os olhos azuis arregalados e perdendo o brilho. Alpha dá um passo se afastando, puxa a arma de volta para si e a garota caí de costas na areia.
O CANHÃO DE TORI DISPARA! Um peso descomunal parece se sobrepor sobre Alpha, o garoto deixa seu corpo desabar sentado no chão e a arma cair ao lado, manchando a areia branca com o sangue de sua lâmina. O mundo se torna cinza, os sons ao seu redor se transformam em ecos distantes e ele consegue sentir o sangue pulsando em seus ouvidos. Aos poucos Alpha é retirado de seu torpor momentâneo pela voz fraca e quase sem vida de Athena.
O garoto procura por sua companheira de Distrito, ainda meio desnorteado, mas a encontra caída no fundo do Chifre. Ao fitar sua imagem, percebe que a pele da garota já começa a empalidecer. Ele rasteja até ela evitando fitar o corpo de sua ultima vitima. Ao chegar lá, ele a reconforta da maneira que sabe e tenta manter a mente de sua companheira distraída. Alpha permanece com Athena até que...
O CANHÃO DE ATHENA DISPARA! A chuva que até agora era forte e constante, para de repente. Alpha se coloca de pé e reunindo seu ultimo rompante de força, pega Athena no colo e leva seu corpo para fora da Cornucópia. O sol brilha novamente e a tranquilidade impera no local de forma como nunca havia sido antes.
Um aerodeslizador plana logo acima de Alpha e ele larga o corpo de Athena na areia, se afastando em seguida. Logo a garra desce e a retira dali enquanto ele observa tudo. Não demora para que o locutor mostre sua presença com a voz cheia de entusiasmo.
- Senhoras e senhores, apresento-lhes o vitorioso da 26° Edição Anual dos Jogos Vorazes: Alpha Malloch, do Distrito 6!
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| | | Wallace McQueen
Mensagens : 318 Data de inscrição : 17/04/2015 Localização : Capital Jogador : Állan
| Assunto: Re: Distrito 12 Qui Jun 18, 2015 5:03 am | |
| Tourné da Vitória
Alpha Malloch inicia sua turnê pelo Distrito 12, o mais pobre de toda Panem. O lugar se assemelha bastante com o seu distrito, principalmente pela fuligem em todos os lugares. Assim que pisa no palco, percebe que as pessoas olhavam desinteressadas para o vitorioso. Pouquíssimas pessoas aplaudem o garoto. ----- No pedestal de Luna, estava apenas sua mãe. No de Lucio, estavam seus pais e sua irmã mais nova. | |
| | | Alpha Malloch
Mensagens : 44 Data de inscrição : 08/06/2015 Localização : Distrito 6 Jogador : Johanna
| Assunto: Re: Distrito 12 Qui Jun 18, 2015 8:32 pm | |
| ALPHA MALLOCH Não tarda em chegar o dia em que da Capital chegam a acompanhante, a equipa de preparação e Mirka. Eles invadem a minha casa como se nada fosse, trazendo-me mais cedo a realidade para a qual iria partir em breve - a turné, nomeadamente, para o Distrito Doze.
- Distrito frio este, hein? - Nova reclama, despejando um monte de roupa quente em cima da mesa. Para alguém do seu tamanho, a moça ainda tinha alguma força.
- É, minha pele não gosta nada disto. Eugh. - Avra responde com um ar enjoado, já preparada para começar a tratar do meu aspecto.
Não é só antes de partirmos mas durante a viagem inteira que eles continuam constantemente checando se estava tudo esteticamente bem comigo, reclamando quando eu mexia no meu cabelo ou quando apertava minhas unhas contra a carne do meu braço. A verdade é que eu estava mais nervoso que nunca nesses últimos meses. Meu pé batia freneticamente por debaixo da mesa à qual me encostava, meus olhos circulavam nervosos por tudo o que apresentava algum movimento. Eu não queria enfrentar aquele povo. Nem a família daquela garota. Nem os seus olhos encontrando novamente os meus.
Passado umas horas, a acompanhante chega perto de mim algo atrapalhada.
- Ah, Alpha, quase me esquecia - ela ajeita a sua peruca antes de continuar - temos preparados esses cartões com o discurso que você deve apresentar em cada Distrito, sabe como as pessoas são, se exaltam com qualquer palavra dita ao lado. Então, er, melhor você apenas dizer o que está aí escrito. Combinado?
O sorriso enorme e forçado de Gigi me deixa bem desconfortável, mas esse negócio dos cartões me facilitaria muito o trabalho, apesar de Otillie me ter dito na Capital que a partir de agora poderia ser eu mesmo - mas agora que esse pensamento atravessa a minha mente, até faz sentido. Eu não posso dizer o que me apetecer nos Distritos, tenho que dizer o que eles querem que eu diga porque qualquer deslize poderia provocar danos imagináveis para a Capital.
Quando o trem para anunciando a chegada ao destino, eu tento-me levantar, mas as minhas pernas não obedecem. Vejo que os meus braços estão tremendo também, sem eu sequer me ter apercebido. Com algum esforço, me obrigo a levantar-me do assento, e em passos lentos e hesitantes consigo arrastar o meu corpo para para o final do vagão.
- Eu não sou capaz. - murmuro para Otillie perto da porta, sentindo o medo que tomava conta de mim. Eu sei que ela não pode fazer nada, nem eu posso por ventura escapar a isto, mas era o meu subconsciente tomando conta de mim.
Levam-nos até às traseiras do Edifício da Justiça, enquanto eu me obrigava a respirar adequadamente e não me mostrar tão vulnerável. Eu detestava isso, mas parecia escusado agora. Eu teria de aguentar. Era só chegar lá, ler o raio do cartão e voltar. Depois não teria de voltar a sentir isto até ao Distrito Quatro...
Oxalá fosse tão fácil assim. Os Pacificadores não me dão o direito à hesitação assim que chega a altura de subir ao palco. E apesar do ruido por parte do público ser mínimo, não posso dizer o mesmo da minha mente, assim que os meus olhos passam pelos da garota do Doze no telão que mostravam atrás de uma mulher que presumo ser mãe dela, como se tivessem vontade própria - e vontade contrária à minha.
E por um momento não os consigo fazer desviar. Os meus olhos pairavam entre a visão projetada da garota, e a da sua mãe. É o barulho que a minha respiração pesada causa no microfone que me traz de volta a mim mesmo, e o meu olhar se desvia imediatamente para a minha mão que segurava o cartaz. Esta, por sua vez, não parava de tremer, dificultando a leitura. E quando tento ler, não sai palavra alguma.
Finjo um tossido para obrigar a minha voz a voltar, e tento erguer algo o olhar para não me mostrar tão fraco. Desta vez, olho para o telão do lado esquerdo, que mostrava a família e o rosto do rapaz que não me lembro nem ver no Centro de Treino. Mas é uma questão de tempo até eu quase jurar que voltei a ver aquela garota no telão errado, e meus olhos voltam-se a desviar para o cartão. Começo-o a ler com calma, sem prestar atenção ao que estava lá escrito. Minha mente apenas pensava em sair dali o mais depressa possível. Vejo os meus dedos amolgando involuntariamente os cantos do cartaz, e os meus dedos dos pés esfregando-se uns nos outros ansiosamente por entre o tecido quente que forrava as botas. Sentia frequentemente minha voz quase falhando ao longo do discurso, mas obrigo-me a continuar. Até ao final, sem voltar a tirar os olhos do papel.
Só quando este termina consigo encará-los de novo. Um povo nada feliz com a minha presença, o completo oposto da expressão na cara com que o povo da Capital me recebeu. Mais uma vez, volto a sentir o meu corpo paralisar, não conseguindo afastar o meu olhar da cena. Cada passo que dou em direção aos portões do Edifício da Justiça me pesam como chumbo, tornam minha respiração mais pesada, apesar de a minha vontade de sair dali ser imensa. E quando finalmente ouço os portões se fecharem nas minhas costas, levo imediatamente as mãos à cabeça, farto daquele desespero agora tão familiar para mim.
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| | | David Green
Mensagens : 7 Data de inscrição : 03/05/2015 Localização : Distrito 12 Jogador : Haniel/NPC
| Assunto: Re: Distrito 12 Sex Jun 19, 2015 6:11 am | |
| DAVID GREEN
Alpha Malloch, o mais novo cachorrinho da Capital.
Garoto complicado esse Alpha. Foi implacável na hora de matar Luna, nada parecia afetá-lo, mas depois o fardo de ter tirado uma vida se mostrou quase mais pesado do que ele podia carregar, e ao vivo isso é ainda mais claro do que era pela televisão. Por mais que ele tente, sua tremedeira não cessa e a hesitação em sua voz chega a ser ridícula de tanto que se faz presente enquanto ele lê aquele cartão de discurso.
A perda de Luna foi realmente uma pena. Ela era uma garota linda, apenas mais uns três ou quatro anos e estaria do jeitinho que eu gosto. Sorrio com o pensamento, mas quase que imediatamente me censuro.
"David, você está passando dos limites. Esse não é o tipo de pensamento para se ter de um tributo falecido, principalmente quando esse tributo foi seu mentoreado."
Volto meu olhar para o telão onde aparece o rosto de Luna, em seguida para o que mostra o rosto de Lucio e por fim encaro o novo Vitorioso. Se esse garoto acha que aqui está sendo difícil, ele que aguarde o Distrito 4.
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| | | Elizabeth Williams
Mensagens : 29 Data de inscrição : 28/04/2015 Localização : Distrito 12 Jogador : Joana Ascenção
| Assunto: Re: Distrito 12 Sáb Jun 20, 2015 12:54 am | |
| Elizabeth Williams Em relação ao anuncio da capital a anunciar quem ganhou.
Antes de dizer qualquer palavra observei o meu amigo desconhecido atentamente… Era lindo, calmo e parecia conhecê-lo há imenso tempo! Não sei quem, mas fazia-me lembrar alguém! Ai aquele olhar terno e aquele sorriso… O que estaria por trás daquele sorriso meigo? Dor? Miséria? Medo? Tanta coisa poderia esconder…
E quando nos preparávamos para falar, o vitorioso da 26º Edição Anual dos Jogos Vorazes foi anunciado! Não sei se era capaz de lhe dar os parabéns ou os sentidos pêsames. Escapou ele à morte, mas estaria ele preparado para enfrentar uma nova etapa, quiçá ainda mais difícil? Seria agora capaz de enfrentar novos desafios? Triste sorte a dos que ficaram pelo caminho, mas que sorte e que destino terá o grande vitorioso? Não o conhecia mas admirava-o…
Não imagino as atrocidades pelo que passou; as noites mal dormidas; a dor e o desespero… Mas admiro-o pela sua coragem… E estava vivo para a alegria de todos os familiares e amigos. Estava vivo para poder e lutar pela vida. Se fosse eu o grande vitorioso abraçava a vida com todas as minhas forças e tentava lutar por um futuro melhor para mim e principalmente para os meus entes queridos.
Quase sem me aperceber comecei a trautear uma melodia que tinha inventado há algum tempo… “Quero uma vida melhor Um futuro bem risonho Eu só quero ser feliz Ter uma vida de sonho Não quero mais miséria Não quero mais dor Quero ser feliz e cantar Canções de paz e amor…” E aqueles breves momentos que me pareceram uma eternidade foram interrompidos pelas palmas do meu desconhecido. Sorri-lhe e ele sorriu-me também.
Estive com ele pouco tempo. Foi só o tempo suficiente para nos conhecermos melhor. Reparei que o seu sorriso era terno e meigo. Parecia um pouco envergonhado. Era o Toba… Curiosamente gostei logo dele. Talvez daqui nasça uma linda e pura amizade! Entretanto apareceu o meu pai com um semblante triste, muito triste… Meu Deus o que teria acontecido?
Corri para ele e como se adivinhasse perguntei: “É a mãe?”. Não me respondeu e pela primeira vez vi-o chorar. Estremeci e corri para casa para ver o que realmente tinha acontecido. Minha mãe estava deitada na cama e muito pálida.
Receei aproximar-me com muito medo de não a sentir respirar, mas ao ouvir um gemido seu senti um enorme alívio. A porta abriu-se e vi surgir o meu pai de olhos vermelhos e quase em desespero. Chamou por mim e quase murmurando disse: “Não temos medicamentos, nem dinheiro para os comprar…”. Tentei acalma-lo e convencê-lo que tudo se resolveria. Tentei convencê-lo de uma coisa que nem eu estava convencida.
Minha mãe piorava dia-a-dia e o nosso desespero aumentava ainda mais. Porquê tanta dor? Que mal teria feito a minha mãe para merecer isto? Ela era uma santa, um anjinho que eu temia perder… Meu pai trabalhava noite e dia, até cair de tanto cansaço.
Eu passava o tempo a tratar da minha mãe e a procurar por todos os meios adquirir alguns medicamentos. Já tinha conseguido alguns, graças à boa vontade de algumas pessoas igualmente pobres, mas caridosas. Normalmente são os que menos têm que mais ajudam. Não conseguia pensar em mais nada, nem mesmo no trabalho que o meu pai me tinha arranjado.
A minha mãe estava em primeiro lugar! Por vezes também pensava no meu mais recente amigo. Onde estaria e o que estaria a fazer ele? Pensaria também em mim?
Sentada no chão térreo do quarto da minha mãe costumava pensar em várias coisas, em tudo e em nada… e no meio de tanto desespero havia algo que nunca se apagava e que crescia vertiginosamente dentro de mim: a ESPERANÇA… a vontade de vencer… um futuro promissor… | |
| | | Toba Kilauea
Mensagens : 38 Data de inscrição : 23/04/2015 Idade : 26 Localização : Distrito 12 Jogador : Vini
| Assunto: Re: Distrito 12 Dom Jun 21, 2015 5:27 pm | |
| TOBA KILAUEA
Os últimos meses se tornaram numa grande jornada por todo o distrito e devo admitir que foi bem cansativo, afinal foram seis meses de pesquisas e mesmo assim achamos poucas informações que algum dia podem ser úteis, o resto é de pouca utilidade. Eu e vovô estamos indo para casa, e estou muito feliz, a saudade estava me matando profundamente, até mesmo senti a falta de Ash.
Chego em casa e recebo o abraço de todos, a fome e o cansaço talvez iriam me matar em breve, mas todos queriam saber o que se passou nos meses que passamos fora. Conto-lhes que descobrimos poucas informações, mas que algumas valiam muito e todos parecerem contentes com isso, digo também que tive que ser bastante paciente, o que por sinal foi bem difícil, queria voltar para casa logo na primeira semana... Como eu amo a minha família. - Penso mentalmente. Eles são tudo para mim, pena que nem todos estão entre nós... Tento não desanimar, o que parece impossível ao lembrar deles. - Melhoro a possível feição que fiz.
Me direciono ao meu quarto, queria descansar... Na verdade mais do que isso, dormir. Sempre que penso neles desanimo completamente, de não poder vê-los nunca mais, só através de uma única imagem.
- Vou descansar. - Digo. E nesta hora todos me olham com uma cara de espanto, me pergunto o porquê disto.
Você precisa comer, e... - Gagueja tia Daisy. - O vitorioso da Vigésima Sexta Edição dos Jogos Vorazes irá chegar ainda hoje.
Sinto uma certa raiva disso, ver alguém que provavelmente matou outras pessoas... Não sentia vontade alguma de vê-lo, seria uma grande perda de tempo, mas somos todos obrigados a isso, infelizmente. Percebo que notaram o quanto fiquei irritado, mas não a nada eles comentar sobre isso...
Me sento à mesa, havia bastante comida no dia de hoje porque seria uma forma de comemorar a minha chegada e a do vovô. Como o suficiente para saciar a fome que sentia e agradeço a todos. Normalmente temos o razoável, já que todos concordamos que seria um erro eu e Ash pegarmos tésseras, e por incrível que pareça até hoje funcionou. Não passamos fome, nem precisamos da ajuda da Capitol.
Antes de poder ter um novo pensamento percebo que já estava na hora de irmos para ver o vitorioso.
Uma grande multidão estava reunida para ver o grande imbecil, que agora é o novo amado da Capitol. Me pergunto se Elizabeth estava por aqui e como seria se caso ela visse Ash... Tudo é um grande mistério ainda.
Minha família e eu tentamos ir para frente na tentativa de ver melhor o rapaz. Agora consigo visualiza-lo perfeitamente, ele aparenta estar mais do que nervoso. Será que ele sentiu algum remorso depois de ter matado alguém? Eu acredito que não, e pra mim ele continua sendo um imbecil. Se desse... - Pare. - Digo a mim mesmo.
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| | | Elizabeth Williams
Mensagens : 29 Data de inscrição : 28/04/2015 Localização : Distrito 12 Jogador : Joana Ascenção
| Assunto: Re: Distrito 12 Qua Jun 24, 2015 2:11 am | |
| Elizabeth Williams O tempo foi passando,,, A minha vida em nada tinha melhorado, mas pelo menos não piorou, Um dia comecei a ouvir o hino do país e pude observar que as televisões de Panem estavam ligadas. Havia também uma repórter bastante sorridente e num dado momento consegui ver os mentores dos últimos tributos vivos na arena da 26º Edição Anual dos Jogos Vorazes.
Finalmente pude conhecer o grande vitorioso, Alpha Malloch. Ele ganhou, é certo, mas a que preço? Como se sentiria ele depois de tudo o que teve de fazer para conseguir estar ali naquele momento? Duro demais… ou não?
Seria ele tão frio que nem teve a noção de toda a crueldade que aconteceu? Até então, costumava-o ver pela televisão, mas agora ao vivo parecia diferente.
Enquanto ele segurava aquele cartão onde estava escrito aquela mensagem encomendada e a lia, suas mãos tremiam e a sua voz parecia pouco segura. Enquanto ele lia aquele discurso preparado eu ouvia-o, mas devo confessar que estava distraída.
Pensava em todos aqueles tributos mortos. Pensava em todos eles e ia acompanhando as suas imagens na grande tela que lá havia. Tantos tributos mortos! Começo a sentir um nervoso miudinho e a pensar que o dia da próxima colheita estava cada vez mais iminente.
Nem quero imaginar quem sejam os próximos escolhidos. Senti frio e tentei-me aconchegar no casaco feito pela minha mãe, olhei para toda aquela cena e apenas consegui pensar na minha família, em todo aquele sofrimento e em todos os tributos mortos e nas famílias que os perderam… Temi que isto nunca tivesse fim,,, | |
| | | Wallace McQueen
Mensagens : 318 Data de inscrição : 17/04/2015 Localização : Capital Jogador : Állan
| Assunto: Re: Distrito 12 Sáb Jan 21, 2017 12:38 am | |
| Turnê da Vitória
A primeira parada de Brian Alderidge em sua turnê é no Distrito 12, o mais pobre de toda Panem. O ambiente é pesado, mas as pessoas parecem nem ter forças para odiar o rapaz, já que a população em geral possui uma expressão de cansaço e conformação com a situação difícil em seus rostos.
O único vitorioso do distrito, David Green, não olha torto para o rapaz, mas também não age como se gostasse do novo vitorioso. O mentor dos tributos caídos apenas aperta a mão do mais novo vitorioso e segue para sua cadeira no palco. ----- No pedestal de Elizabeth, estavam seus pais. No de Toba, estavam seus tios, seu primo e seu avô. | |
| | | Brian Alderidge
Mensagens : 58 Data de inscrição : 24/04/2015 Localização : Distrito 2 Jogador : Alison
| Assunto: Re: Distrito 12 Sáb Jan 21, 2017 9:04 pm | |
| Brian
Depois de alguns dias no sossego do meu telhado, escrevendo no Filha da Puta, revendo as páginas queimadas pelo motolov de Anastácia e tendo pesadelos com Ruby e sua mãe, recebo a visita de pessoas da Capital que me levariam para minha Turnê pelos Distritos.
Passei dias tentando escrever alguns textos para falar ao público, mas a verdade era nua e crua. Sou uma merda para falar em público. Com Julien talvez fosse mais fácil, agora sem ele, não sei como conseguiria.
June segue comigo durante toda a viagem ao Distrito 12. Cada hora ela ria ou reclamava de alguma coisa, enquanto eu, seguia o caminho todo escrevendo no meu diário.
Vejo a sombra de June se aproximando de mim aos poucos e já sabia sua intenção. Era óbvio que ela tava de saco cheio de me ver entretido e quieto no meu canto, e precisava acabar com isso para satisfazer sua necessidade de loucura.
Antes de June pegar meu diário, o fecho e seguro seu punho.
- Não mesmo.
- Vai se foder, não sei porquê comprei essa merda pra você. Fica o dia todo escrevendo, escrevendo, escrevendo...
- Talvez seja porque o Filha da Puta seja mais interessante que você. - Sorrio, em provocação.
June sorri também, mas não bastava só sorrir para June, ela tinha que gargalhar.
- Vou te mostrar o que é entretenimento. - Ela pula em cima de mim, jogando suas duas pernas nas minhas costas. Recuo alguns passos com o susto, mas seguro suas pernas, não deixando-a soltar.
Ouço o barulho da porta se abrindo e Ruby força um golpe, me jogando para longe, mantendo total descrição do que estávamos fazendo, exceto que quando a pessoa abriu a porta, Ruby seguia arrumando seu cabelo, sorrindo como uma lunática, enquanto eu estava apoiado sob um dos joelhos, quase caído no chão.
Nosso representante da Capital sorri, timidamente e informa que tínhamos acabado de chegar ao Distrito 12.
- Agora a situação fica divertida! Vá tomar um banho, Brian, não quero ter que te apresentar para o público com o cabelo bagunçado e uma cara de tédio.
Sorrio, jogando meu cabelo para cima.
Durante meu banho, penso em algumas mudanças em mim. Não teria graça alguma continuar desse jeito. Assim que saio do banho, chamo o um dos cabeleireiros que nos acompanhavam e peço um novo corte de cabelo. Mais rebelde, jogado para frente.
Quando ele termina o resultado, sorrio ao olhar no espelho. As laterais estavam sem qualquer resquício de cabelo, e todo o monte se acumulava na parte de cima.
- Ficou incrível! - digo, sorrindo.
+++ Assim que vejo a tamanha pobreza do Distrito 2, meu sorriso se fecha, e acabo amassando o pequeno texto que tinha escrito. Os olhares de todos eram os mesmos, tristes e sem vida. Preferia ser recebido com ódio do que dessa forma.
Ouço algumas palmas secas, e o vitorioso David Green caminhando em minha direção, me cumprimentando.
- Parabéns, Alderidge.
Logo que cumprimenta, o vitorioso volta aos seus aposentos e fico frente a frente com o Distrito mais pobre de Panem. No pedestal, vejo imagens dos mortos e suas respectivas famílias. Ambos tributos mortos por mim e por Ruby no túnel sul.
Respiro fundo e vejo que há um papel prescrito pelo meu representante da Capital bem ao lado do copo de água, do meu lado. Penso em pegar o papel que Obirah tinha deixado para mim, mas acabo tomando coragem e dizendo as palavras que vinham de dentro de mim do que hipócrita a ponto de ler algumas palavras bonitas de consolo.
- Eles lutaram e morreram bravamente - digo para as respectivas famílias, que me devolviam um olhar triste, alguns até irritados. - Obrigado a todos que torceram por mim.
Gostaria de falar mais, juro que gostaria, mas qualquer coisa que eu dissesse só tomaria mais do tempo deles. Levanto minha mão, timidamente e volto para meu vagão.
Meu primeiro distrito e eu já torcia para que essa merda terminasse logo.
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| | | David Green
Mensagens : 7 Data de inscrição : 03/05/2015 Localização : Distrito 12 Jogador : Haniel/NPC
| Assunto: Re: Distrito 12 Qui Jan 26, 2017 2:36 am | |
| DAVID GREEN Não é como se eu já não estivesse acostumado, ou como se não gostasse dos paparicos, mas todos os anos nessa época, mais precisamente na passagem da turnê da vitória pelo o 12, um sentimento amargo de frustração insiste em cutucar meu bom humor. Se me lembro bem isso começou por volta da 5° edição dos jogos, quando percebi que as chances de termos um vitorioso depois de mim eram quase, se não totalmente, nulas. Depois de passados 25 anos da minha vitória, a "epifania" que tive se prova bastante certeira já que aqui estou, como o único vitorioso do Distrito 12, prestes a congratular um carreirista por sua vitória. Apesar de tudo, tento conservar certo otimismo para com meus mentoreados, todos os anos os coitados já chegam até mim com suas esperanças aos cacos, se eu não conseguir manter a calma por eles aí sim nunca haverá esperança para nós.
Meu encontro com a equipe de preparação da Capital não é longo, eles passam mais tempo me elogiando e congratulando pelo modo como cuido da minha aparência do que exatamente me preparando para a apresentação de Brian. É ótimo como minha vaidade os poupa tempo de trabalho, de modo que basicamente só precisam fazer a maquiagem e escolherem minha roupa. Por algum motivo a Capital parece ter decidido que ternos caem bem em mim, então em todas as ocasiões em que cabe a eles escolherem minha roupa é isso que eu visto. Logo me vejo sentado nos bancos traseiros do carro, vestindo um terno preto com vários tons de azul metálico detalhando partes do blazer e da gravata, o que me parece um tanto extravagante, mas já há algum tempo desisti de tentar argumentar coisas do tipo.
Não demora muito para percorrer o trajeto entre a Vila dos Vitoriosos e a Prefeitura, logo me vejo percorrendo a entrada traseira do prédio e seguindo os corredores até a parte da frente onde o palco está montado. Já fiz isso tantas vezes que os movimentos são automáticos, assim como os cumprimentos silenciosos aos pacificadores, mesmo que estes nunca retribuam o gesto. Quando chego ao palco e encontro com Brian, me limito a lhe oferecer um olhar firme, um aperto de mão e secas congratulações pela conquista, antes de sentar-me em meu devido lugar e deixar que a cerimônia tenha inicio.
Muito me custa olhar para a multidão aglomerada ali. Custa-me mais ainda fitar os pedestais de Elizabeth e Toba, coisa que evito fazer por mais de alguns poucos segundos. O "discurso" do vitorioso é curto e insignificante, mas as palavras tem o mesmo efeito que quaisquer outras teriam. Nenhum. Um suspiro de conformidade escapa por minhas narinas enquanto assisto o garoto deixar o palco e não consigo deixar de pensar que no próximo ano, muito possivelmente, estarei na mesma situação novamente. | |
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| Assunto: Re: Distrito 12 | |
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