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| | Distrito 04 | |
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+3Steve Berger Isabelle Smith Wallace McQueen 7 participantes | Autor | Mensagem |
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Wallace McQueen
Mensagens : 318 Data de inscrição : 17/04/2015 Localização : Capital Jogador : Állan
| Assunto: Distrito 04 Seg Abr 20, 2015 12:48 am | |
| DISTRITO 4
"O Distrito 4 é um dos distritos mais ricos de Panem. Sua indústria é a pesca, que é útil para os tributos nos Jogos Vorazes: eles têm experiência na utilização de redes e tridentes, formando anzóis a partir do zero, são bons nadadores, e sabem identificar a vida marinha comestível. " Antecipando os dias da Colheita, o ambiente no Distrito 4 estava longe de ser tenso. Os mais fracos sempre se sentiram seguros por saberem que sempre terão os Carreiristas como voluntários, porém o voluntariado aqui não era tão comum quanto nos outros distritos carreiristas. ATENÇÃO: Utilize este tópico para interagir dentro do seu Distrito (sozinho ou com o seu companheiro de Distrito). Pode falar de tudo, desde do que está fazendo até ao que está sentindo. Aproveite para desenvolver a história do seu personagem. A postagem não é obrigatória, mas apenas a faça se tiver a certeza que não mudará o distrito e ocupação do seu personagem depois. E lembre-se: O seu personagem ainda não foi escolhido na Colheita.
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| | | Isabelle Smith
Mensagens : 15 Data de inscrição : 23/04/2015 Localização : Distrito 4 Jogador : Ruan Santos
| Assunto: Re: Distrito 04 Ter Abr 28, 2015 6:47 pm | |
| Isabelle Smith
Acordo às sete da manhã assustada por um pesadelo que envolvia ouriços, fogo e mais ouriços. Eu realmente não gostava daquelas criaturinhas desde que pisei em uma quando estava na praia com Andrey, fora isso aquele dia foi incrível.
Levanto e vou ao banheiro para um banho, cara como eu adoro água, por isso, passo trinta minutos no banho. Depois saio do banheiro direto pro meu quarto, visto meu traje de treinamento, faço uma trança raiz no meu cabelo
Desço para tomar café; como torradas com bacons e suco de laranja.
Faltando dez minutos para as oito vou para a academia onde ficarei treinando durabte as próximas quatro horas.
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| | | Steve Berger
Mensagens : 3 Data de inscrição : 22/04/2015 Localização : Distrito 4 Jogador : NPC
| Assunto: Re: Distrito 04 Sex maio 08, 2015 8:28 am | |
| Steve Berger
Mais um dia chega, acordo cedo e como com prazer o ensopado que minha mãe preparou, olho George trazendo meu material de trabalho, o jovem prodígio da família.
Saio sozinho e deixo meu pai e meu irmão ocupados assistindo os jogos que estão ocorrendo, não venho dando muita atenção a esses jogos por motivos bem particulares, mas parece que o Dior é uma das grandes promessas e prossegue resistindo, seria uma grande dadiva se essa edição o vencedor ou vencedora fosse do 4, mas não sei muito bem como anda a situação dos nossos representantes.
Então, como sempre e vou até o porto cumprir minha obrigação rotineira, é tão interessante ver os Pescadores e Capitães vagando ao redor enquanto termino de cumprir minhas funções. Mais um dia de rotinas que está se finalizando com o inicio da tarde raiando, isso quer dizer que chegou a hora do fim do treinamento na academia então acelero o serviço, até que uma voz surge.
- Vai garoto, deixa que eu cuido disso!
É meu pai, que como sempre, sabe exatamente o motivo da minha agonia, largo o que estou fazendo e corro para o centro de treinamento, chego lá no exato momento em que os carreiristas começam a sair, a grande maioria com aquele olhar de deboche, como se eu não me encaixasse ali, mas eu não ligava para aqueles olhares, era outro olhar que eu procurava, um olhar tão claro e enigmático quando o mar que afronto toda manhã no porto, o olhar que me deixa sem palavras toda tarde e no qual me pego pensando sempre que... que eu paro para pensar...
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| | | Wallace McQueen
Mensagens : 318 Data de inscrição : 17/04/2015 Localização : Capital Jogador : Állan
| Assunto: Re: Distrito 04 Qua Jun 03, 2015 5:38 pm | |
| 06:xx hrs Tributo Feminino do Distrito 4 Tributo Masculino do Distrito 6 Tributo Feminino do Distrito 6
Esta é a TV da Capital!Todas as televisões de Panem se ligam automaticamente, tocando o hino do país enquanto o brasão do governo toma quase toda a tela. Uma repórter um tanto quanto exótica aparece de repente, com um sorriso de orelha a orelha. Sua pele pálida quase se camufla com a parede da Sala de Comando. Atrás dela, é possível ver os três mentores dos últimos tributos vivos na arena da 26º Edição Anual dos Jogos Vorazes.
— Olá, Panem! Todos nós estamos muito animados com a final da Vigésima Sexta Edição! - o seu sorriso branco e gigante não some de seu rosto por um só segundo - Tori, Alpha e Athena são os últimos tributos restantes lutando pela coroa. E agora, entrevistaremos os seus mentores!
A mulher caminha desengonçadamente até Mags, a mentora de Tori. A vitoriosa olhava fixamente para a tela, não percebendo nem quando a repórter chega atrás dela.
— Mags, poderia nos dar uma palavrinha quanto a essa final? - a mentora vira sua cadeira e recebe a mulher com um sorriso fraco. Era aparente o seu cansaço físico e psicológico -Tori está sendo muito mencionada como a que tem mais chances de vencer a edição. Acha que a sua mentoreada tem tanto potencial assim?
— Eu tenho muita esperança. Mas ela está nos Jogos Vorazes. Um pequeno deslize e você cai. Um pequeno erro de calculo e seu canhão dispara. Mas ela é esperta e capaz, sei que conseguirá! Panem, torçam para Tori Miller. Conto com todos vocês.
A repórter agradece a mentora e vai em direção aos dois mentores do Distrito 6. Oliver está sentado em sua cadeira confortavelmente, não parecendo tenso ou abalado. Enquanto Otillie segura seu rosto com ambas as mãos e não tira os olhos da tela. Seu rosto está bastante pálido e suas olheiras um tanto quanto evidentes.
— Oliver. Otillie. - cumprimenta a repórter, com um aperto de mão - Dois Tributos do Distrito 6 no TOP3! Vocês imaginam como o Distrito 6 está reagindo quanto a isso?!
— Acredito que todos estão bem animados. - diz Oliver, sem muita animação - Poucos dos Tributos do nosso distrito conseguem chegar tão longe. Eu, Otillie, Liam, Athena e Alpha fomos os únicos a chegar no TOP5.
— Imagino que sim. As chances do Distrito 6 receber um vitorioso este ano é bem grande. Mas tudo pode acontecer, não é verdade? E você, Otillie, suas expectativas estão altas?
A repórter aponta o microfone pra vitoriosa, que continua olhando para as telas e não dá importância para a mulher da Capital. Oliver chama a atenção da jovem vitoriosa cutucando seu ombro, fazendo-a olhar rapidamente para a câmera.
— Oh, me desculpe! O que disse? - seu abatimento era evidente.
— Isso sim é uma mentora dedicada! - tenta ajudar a repórter, parecendo um tanto quanto constrangida - Suas expectativas estão altas quanto a receber um vitorioso este ano?
— Eu realmente espero que sim. - Otillie abaixa a cabeça, tristonha - Ser mentor é bastante cansativo, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Seria muito frustrante perdê-los a essa altura. Na verdade, eu gostaria de levar os dois para casa. - brinca Otillie, com um sorriso fraco no final.
— Infelizmente, isso não é possível. Mas agora está na mão dos nossos três últimos tributos vivos. - conclui a repórter - Fiquem ligados, cidadãos de Panem, a final da Vigésima Sexta Edição Anual dos Jogos Vorazes está próxima e logo, logo mais um novo nome entrará para o nosso Hall da Vitória!
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| | | Belladonna Devine Admin
Mensagens : 240 Data de inscrição : 17/04/2015 Localização : Capital Jogador : Haniel
| Assunto: Re: Distrito 04 Ter Jun 09, 2015 7:32 am | |
| 26° EDIÇÃO DOS JOGOS VORAZES: A FINAL
É noite, por volta da 1h da manhã.
Alpha e Athena estão sentados na areia da praia em frente a floresta colorida, ambos com expressões cansadas, denotando exaustão física e mental. A tensão é quase palpável no ar. O garoto permanece focado no bestante humanoide que se encontra em cima da Cornucópia, sentado e de olhos fechados. Já a garota parece não se focar em nada, a não ser em Alpha. Após uma breve conversa eles decidem dormir em turnos, primeiro Alpha depois Athena.
Enquanto isso, Tori se mantém escondida no interior do chifre de metal. A adaga em uma mão e a rede de pesca na outra. O aborrecimento, o incômodo e apreensão são nitidamente visíveis no rosto da garota enquanto ela se alimenta e mantém sua incansável vigília.
Os segundos tornam-se minutos, os minutos tornam-se horas e as horas se arrastam lenta e dolorosamente para todos os três tributos ainda vivos. É quando a escuridão da noite começa a ceder lugar para a claridade do dia que uma exclamação de surpresa e dor reverbera por toda a arena, arrancando os tributos de seus estupores e momentos de descanso.
- OUCH! – Rouca e esganiçada, a voz do Leprechaum volta a se manifestar após horas adormecida.
Uma grande acumulação de nuvens negras agora cobre o céu da arena. O silêncio impera por algum tempo, até que a chuva começa a cair, fraca e dispersa. É então que a criaturinha se manifesta novamente.
- É... PARECE QUE EU JÁ CAUSEI PROBLEMAS DE MAIS POR AQUI... – Ele fala zombeteiro, as palavras carregadas de escárnio e malícia. – A SITUAÇÃO ESTÁ PARA FICAR BEM FEIA, APROVEITEM SEUS ÚLTIMOS MOMENTOS DE VIDA, CRIANÇAS.
O bestante simplesmente desaparece em meio a uma lufada de vento. O casal do Distrito 6 se encara assustado enquanto Tori se estica para observar a gotas de chuva molhando a areia do lado de fora do chifre de metal.
A chuva aumenta de intensidade, finalmente acertando algumas de suas gotas em Alpha e Athena. Assim que a água entra em contato com suas peles, ambos soltam exclamações de dor e sentem os locais atingidos arderem de uma forma que nunca haviam sentido antes. Imediatamente eles procuram formas de se proteger da chuva ácida e passam a correr na direção da Cornucópia.
Tori, que durante todo o tempo esteve abrigada da chuva, faz um apelo por patrocínio para uma das câmeras internas no fundo do chifre dourado, mas parece não ser ouvida, pois nenhum paraquedas é enviado. Ela se agacha e abre a mochila em busca de suprimentos, porém estaca quando nota a chegada de Alpha e Athena.
Os tributos se encaram, os músculos tensionados e os olhos atentos. Cada um com os nós dos dedos já esbranquiçados por apertarem com muita força as empunhaduras de suas armas. Athena tenta argumentar com Tori, mas a garota do Distrito 4 parece se irritar ainda mais e arremessa sua rede na direção de Alpha.
O garoto desfere um golpe na rede enquanto ela ainda está no ar, abrindo um rombo no lugar acertado, mas isso não impede que o instrumento caia em cima de Alpha, fazendo com que ele se atrapalhe um pouco. Tori utiliza seu pé traseiro como base para tomar impulso e ir na direção de Alpha acabar com sua vida, mas para imediatamente quando percebe Athena se aproximar por trás com sua faca apostos. Ela desvia do golpe de Athena e em um reflexo acaba cravando sua adaga no abdome da garota do 6, que em seguida dá alguns passos cambaleantes para trás e cai sentada, lamentos e gemidos de dor escapando por entre seus lábios. Ao presenciar a cena Alpha entra em pânico, sua mãos começam a tremer e a respiração a acelerar.
Agindo em piloto automático, completamente fora de sua consciência, Alpha se liberta da parte da rede que o prendia e lança a corrente de sua arma na mão de Tori que segura a adaga. A corrente se enrola nela e Alpha a puxa com força para cima de si. Tori estaca e se volta para o garoto fazendo muita força para levar a mão liberta até o rosto e remover a máscara de gás e o óculos de visão noturna que vestia. Ao se deparar com o rosto nu da garota, Alpha parece levar outro choque , o pavor em seu rosto é algo impossível de ser contestado. Tori o encara com ódio, os dentes a mostra e lágrimas quase transbordando dos olhos.
- Vocês nos traíram! Connor morreu e vocês também são culpados! – A garota do 4 cospe as palavras em cima de Alpha.
A reação do garoto é imediata. Ele usa de toda a sua força para puxar a corrente para baixo na intenção de derrubar Tori, porém a garota já esperava por algo do tipo, ela se desequilibra brevemente e cai de joelhos, mas logo recupera sua posição. Com um movimento rápido, a garota do Distrito 4 se aproxima de Alpha e crava a adaga em sua virilha. Ele recua alguns passos por causa da dor e examina brevemente o ferimento, obviamente Tori queria feri-lo mortalmente, mas por algum motivo não havia conseguido.
Tori tenta se levantar e se estabilizar, sofrendo por causa da sua falta de equilíbrio.Alpha mesmo paralisado pela dor, parece conseguir reagir a tempo, a lâmina da kusarigama do tributo masculino do Distrito 6 corta a pele da barriga de Tori e deslisa mortalmente para dentro de seu abdome. O corpo da garota arqueia para trás com uma expressão de pavor dominando seu rosto, os olhos azuis arregalados e perdendo o brilho. Alpha dá um passo se afastando, puxa a arma de volta para si e a garota caí de costas na areia.
O CANHÃO DE TORI DISPARA! Um peso descomunal parece se sobrepor sobre Alpha, o garoto deixa seu corpo desabar sentado no chão e a arma cair ao lado, manchando a areia branca com o sangue de sua lâmina. O mundo se torna cinza, os sons ao seu redor se transformam em ecos distantes e ele consegue sentir o sangue pulsando em seus ouvidos. Aos poucos Alpha é retirado de seu torpor momentâneo pela voz fraca e quase sem vida de Athena.
O garoto procura por sua companheira de Distrito, ainda meio desnorteado, mas a encontra caída no fundo do Chifre. Ao fitar sua imagem, percebe que a pele da garota já começa a empalidecer. Ele rasteja até ela evitando fitar o corpo de sua ultima vitima. Ao chegar lá, ele a reconforta da maneira que sabe e tenta manter a mente de sua companheira distraída. Alpha permanece com Athena até que...
O CANHÃO DE ATHENA DISPARA! A chuva que até agora era forte e constante, para de repente. Alpha se coloca de pé e reunindo seu ultimo rompante de força, pega Athena no colo e leva seu corpo para fora da Cornucópia. O sol brilha novamente e a tranquilidade impera no local de forma como nunca havia sido antes.
Um aerodeslizador plana logo acima de Alpha e ele larga o corpo de Athena na areia, se afastando em seguida. Logo a garra desce e a retira dali enquanto ele observa tudo. Não demora para que o locutor mostre sua presença com a voz cheia de entusiasmo.
- Senhoras e senhores, apresento-lhes o vitorioso da 26° Edição Anual dos Jogos Vorazes: Alpha Malloch, do Distrito 6!
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| | | Wallace McQueen
Mensagens : 318 Data de inscrição : 17/04/2015 Localização : Capital Jogador : Állan
| Assunto: Re: Distrito 04 Sex Jun 26, 2015 1:50 am | |
| Tourné da Vitória
O dia que Alpha temia chegou. Logo quando desembarcou no Distrito 4, ele pôde sentir o clima de tensão no ar. A população parecia incrivelmente odiosa e ressentida quanto ao garoto. A maioria olhava torto, mas ninguém se manifestou em voz alta. Os vitoriosos também não pareciam nem um pouco felizes, principalmente a mentora do Tributo Feminino do Distrito 4. Leonel, Mags, Lartius e Hammil estavam estáticos olhando para frente, com um olhar vazio e desprovido de empatia. ----- No pedestal de Tori, estavam seus pais. No de Connor, um casal de crianças que parecem ser seus irmãos. | |
| | | Alpha Malloch
Mensagens : 44 Data de inscrição : 08/06/2015 Localização : Distrito 6 Jogador : Johanna
| Assunto: Re: Distrito 04 Sáb Jun 27, 2015 3:05 am | |
| ALPHA MALLOCH "Cover your crystal eyes And feel the tones that tremble down your spine Nothing grows when it is dark In spite of all my fears, I can see it all so clear..." Vindo de um Distrito cuja indústria é a transportação, o conhecimento da geografia de Panem era meio que obrigatório. Eu saí da escola para começar a trabalhar mais cedo e me ver longe do meu pai, mas até mesmo os que não atenderam nem um ano de escola têm que saber bem a localização dos Distritos. Neste momento, eu só queria não o saber. Porque o Edifício da Justiça do Distrito Quatro fica a umas meras 600 milhas de aqui e esses trens vão a 250 por hora. Não era preciso entender muito para saber que estariamos lá em pouco menos de três horas, contando já com as pausas para combustível.
-ALPHA! Por amor de deus, para com isso. Já não se aguenta mais. - a voz estridente de Nova interrompe meus pensamentos, que noto só terem surgido como forma de distração. O barulho repetitivo do meu pé batendo no concreto se torna mais e mais audível, e a confusão invade-me por um momento assim que minha atenção se vira para a mulher baixinha. - -Pare você de me incomodar. - retruco, virando a cabeça para o outro lado. Mas assim que ouço Gigi rir, não evito olhar de novo para a cara de ofendida de Nova e lhe oferecer um sorriso torto.
- Como você fica insuportável quando está com medo ou receio. Nem parece que sobreviveu aos Jogos! - ela volta a provocar. O assunto que ela levantou me deixa arrepiado só de voltar a pensar nos Jogos, mas a vontade de lhe responder torto era maior. Dizer que quem estava sendo insuportável era ela e os seus comentários ridículos durante todas as viagens, mas acabo por dizer uma coisa totalmente diferente. -Não é medo... - baixo o tom de voz – eu designaria como “falta de paciência para lidar com um Distrito inteiro que provavelmente me odeia” - continuo, mentindo a mim mesmo. Não era só isso.
- Oh, podes ter a certeza que odeia, querido – ouço Davu dizer do outro lado do vagão, encostado ao sofá e limando as suas unhas, que ele levava pontiagudas como se de algum felino se tratasse. Nova vira o olhar para ele, algo que indignada, e depois se senta no lugar à minha frente com alguma dificuldade, do outro lado da mesa.
- Eles não te podem fazer nada agora. - ela pisca o olho, tentando se ajeitar na cadeira demasiado grande para ela. - Você agora é um Vitorioso, tão inalcançável como todos os outros que estarão sentados naquele palco com você. Eles podem te odiar, lançar olhares, até chamar nomes. Mas não poderão colocar nem um dedo em cima de você. E eles sabem bem disso. Ofereço-lhe um sorriso tímido antes de levantar o olhar para ela. Nova tinha razão, mas pouco me importava o que os outros Vitoriosos pensam de mim. Eles passaram pelo mesmo. O que me preocupa são os olhares do público, o nervosismo que se vai instalar em mim, a família de ambos os Tributos me observando. Agora que o digo para mim próprio, não faz muito sentido me importar com essas coisas. Mas por algum motivo que me escapava, importava. E não havia nada que eu pudesse fazer acerca disso. Eu nunca me preocupei ou sofri por sentimentos de culpa. Nem sei se é isso que sinto agora, mas talvez seja o mais parecido com isso que alguém como eu possa sentir. Eles chegaram tão longe, poderiam ter chegado ainda mais se eu e Athena os tivéssemos ajudado como prometido, mas estaria eu aqui se o tivéssemos feito? Afinal, isto é um Jogo. E eu tive que jogar em minha função. Para além do mais, foi Athena que lhes fez essa promessa, e não eu.
Quando percebe que eu não vou dizer mais nada, Nova se levanta para se juntar a Davu e Avra lá ao fundo. Olho para a mesa no outro lado, e ofereço um sorriso a Otillie quando o meu olhar se cruza com o dela. Tanto ela como Mirka têm estado bem caladas nas viagens, e uma parte de mim sentia uma necessidade enorme de falar com Otillie antes de chegarmos no Quatro para saber o que fazer. Para me acalmar. Percebo que não tenho receio apenas do que possa acontecer, mas também do que eu possa fazer acontecer. Como da vez que explodi com o meu pai. Eu simplesmente não me reconheci quando isso aconteceu, apesar de eu ter esperado fazer isso por muito tempo.
Mas se ela não veio falar comigo, é porque sabe que eu consigo lidar com a situação sozinho. Ou pelo menos espera que eu consiga. E eu sei que consigo, mas... ah, que importa. É só mais um povo revoltadinho por não ter conseguido trazer um Vitorioso para casa. Eu não tenho que ficar me massacrando com isso...
Dou por mim com o olhar fixo em Otillie, que ficou preso graças aos meus pensamentos. Sacudo a cabeça, virando a atenção para outro lado. Quando noto que a minha perna não para de tremer, decido levantar-me e dar algumas voltas pelos vagões para me acalmar. É aí que as lembranças do olhar furioso da garota do Quatro surgem em minha mente do nada, se misturando com a imagem da garota do Doze, tal como havia acontecido no próprio momento do confronto. Levo as minhas unhas ao braço instintivamente, apressando o passo até ao vagão do meu quarto.
Eu posso estar no Quatro, na Capital, ou até no Seis. Esses fantasmas não irão embora de qualquer forma. Não é por estar aqui que as coisas serão diferentes...
Foco o teto escuro até minha visão começar a ficar turva e me fazer levantar de repente com o susto. Eu vou despachar isto. É só ler o raio do cartão e ir embora. Eu não vou fazer nada de errado...
Repito incansavelmente, até sentir o trem parar e meu coração quase saltar um batimento. É agora.
Obrigo minhas pernas a me fazerem sair do vagão do meu quarto, para me encontrar com o resto da equipa no vagão seguinte. Esforço um sorriso por entre o meu nervosismo, que tentava agora mandar para trás das costas. Já passei por essa merda no Doze. E tal como Nova disse, eles não me podem fazer nada. Quanto mais vulnerável me mostrar, pior será para mim nos meus próximos anos enquanto mentor.
Aperto minha pele por dentro das mangas longas do casaco durante toda a viagem de carro até à Praça Principal. Mal passamos pela multidão e o clima tenso já era de se notar. E quando a porta do carro se abre nas traseiras do Edifício da Justiça, já sinto o gosto de sangue nos meus lábios que estava mordendo sem reparar.
Subo os degraus, um de cada vez. Tento manter os meus pés firmes. Já em cima do palco, sinto aquela brisa salgada me invadir, ao encarar o público. O cheiro me lembrava a Cornucópia, me sentia como se estivesse encarando os Tributos ao subir em cima da estrutura de metal no Banho de Sangue. Aquele arrepio percorre minha espinha, mas o meu corpo é invadido pelo calor. O casal do Quatro me observava de novo por aqueles telões enormes. As suas famílias me observavam. O seu povo me observava, os outros Vitoriosos me observavam. Todos me julgando pelas minhas ações. Todos aqueles que esperavam uma Vitória esse ano, esperavam receber um Vitorioso e comida, esperavam orgulho para o Distrito. E só receberam a morte pelas minhas mãos. E por isso me julgavam, como se a vitória tivesse ido para alguém do Quatro não fosse trazer a mesma reação no Seis que está acontecendo agora aqui. E eles se importariam? Claro que não. Então porque eu me importaria?
Minha vitória é credível. Eu lutei para estar neste lugar. E se para chegar aqui fosse necessário trair o raio do Casal do Quatro uma, duas, ou dezena de vezes. Eu o faria sem pensar duas vezes. Não tenho nem sinto a necessidade de agradar esse povo idiota depois do que eu fiz para chegar aqui. Eles me olhem torto, eles que me apontem. Porque a partir de agora, eu estarei sempre acima deles. E nada do que eles façam me irá derrubar.
Começo a ler descaradamente o raio do discurso que me escreveram no cartão. Obrigo minhas mãos a ficarem quietas, a minha voz a fazer-se soar. Eu terei que conviver com os Vitoriosos do Quatro todos os anos a partir de agora. Se me mostrar vulnerável agora, meus tempos lá serão piores do que já imagino que serão.
Levanto o olhar para o público novamente. Os olhos azuis da garota que eu próprio matei me mirando. Aquele calor que não me soltava. O garoto no pedestral do rapaz me apontava, com puro ódio em seus olhos. Se ele pensa que vou deixar isso me afetar, não vai. Assumo uma posição altiva ao trocar de olhares com o rapaz, antes de levantar mais um pouco o cartão e continuar um discurso num tom de voz ainda mais forte provocativo. Os flashbacks da Arena me passavam pelos olhos à medida que eu lia, e sentia-os como facadas pelo meu corpo cada vez que apareciam. Já passei pior que isso. Eu já passei pior que isso. O que me assombra agora não passam de memórias.
Não deixo de mostrar o quanto minha entoação de voz não coincidia com o que eu estava dizendo. Porque com olhares assim, a última coisa que me apetece fazer é congratular o Distrito pelos seus Tributos desse ano. No máximo, os congratularia por serem tão idiotas ao ponto de lançar uma rede elétrica num terreno molhado e ter contribuído indiretamente para a minha vitória.
Finalmente termino, tomando uma lufada de ar comigo. Eu não sei o que estava sentindo. O olhar da garota projetado no telão me trazia recordações que só queria fora da minha mente, mas a atitude de todo o Distrito me fazia ferver com a raiva. Exatamente a mesma mistura de emoções que o meu pai provocava em mim. Sem dizer mais nada, abandono o palco sem olhar para os Vitoriosos ou baixar o olhar.
it doesn't matter cause my eyes are lying and they don't have E M O T I O N don't wanna be social, can't take it when they hate me but I know there's nothing I can do | |
| | | Otillie Ashby
Mensagens : 28 Data de inscrição : 21/04/2015 Idade : 26 Localização : Distrito 6 Jogador : Állan
| Assunto: Re: Distrito 04 Sáb Jun 27, 2015 9:12 pm | |
| Otillie Ashby Ver a angústia e ansiedade de Alpha enquanto nos aproximamos do Distrito 4 é um tanto quanto massacrante. Na verdade, eu e Alpha passamos por quase todas as mesmas coisas na arena, mas a principal foi o fato de ter sido necessário que o Distrito 4 perdesse seus tributos na final. Meu irmão matou ambos na final para que eu sobrevivesse, assim como Alpha matou Tori. O Distrito 4 nos detesta, mas o ódio em Alpha é muito maior.
Assim como meu mentor fez comigo, dou espaço a Alpha para que ele pense em tudo isso. Toda essa viagem. Se ele procurar minha ajuda, eu ficarei feliz em ajudá-lo, mas... Bom, eu não sei se conseguirei ir até ele e me segurar em tocar naquele assunto. Oliver me aconselhou a não dizer nada até que a viagem acabe, principalmente antes de ele passar pelo Distrito 4.
Força, Alpha! Infelizmente, os Jogos não acabam quando te reclamam como vitorioso. É daqui para frente que ele começa a ficar ainda mais perigoso.
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| | | Wallace McQueen
Mensagens : 318 Data de inscrição : 17/04/2015 Localização : Capital Jogador : Állan
| Assunto: Re: Distrito 04 Sex Fev 03, 2017 10:06 pm | |
| Turnê da Vitória
Depois da confusão no Distrito 5, Brian chega no Distrito 4, lugar de paisagens magníficas e praias paradisíacas. O rapaz se surpreende com os barcos e navios no porto, além da incrível simpatia do povo. Pela primeira vez, o mais novo vitorioso não se sente mal tratado.
Já no Edifício da Justiça, Brian é surpreendido pela chegada de todos os vitoriosos do Distrito 4. Todos eles chegam juntos e, diferentemente dos vitoriosos da maioria dos outros distritos, tratam o rapaz bem. Leonel cumprimenta de longe o rapaz, com um bom dia bastante audível. Mags e Lartius dão um aperto de mão no vitorioso, sendo seguido por um tapinha nas costas pelo homem. Já Hammil abraça o rapaz, com um sorriso de orelha a orelha, como se estivesse feliz em vê-lo. No palco, a população aplaude com vontade, com direito até a alguns gritinhos e assobios. ----- No pedestal de Isabelle, estão sua mãe e sua irmã de um lado e seu pai do outro. No de Steve, estão seus pais e um casal de irmãos mais novos. | |
| | | Brian Alderidge
Mensagens : 58 Data de inscrição : 24/04/2015 Localização : Distrito 2 Jogador : Alison
| Assunto: Re: Distrito 04 Dom Fev 05, 2017 2:56 pm | |
| Brian
Já com June e Robert ao meu lado, a vitoriosa do '5 segue logo atrás de mim e consigo ouvir o barulho do seu salto batendo no chão. Eu tinha certeza que era de propósito.
— Não se ache muito, queridinho. Você só é mais um carreirista entre muitos. Já Anastácia... Hmm... Aquela garota tinha algo a oferecer, não é mesmo? - Diz ela, com passos rápidos segurando o vestido para não tropeçar no salto, tomando um caminho diferente.
Robert parecia ter gelado com as palavras de Holly, enquanto June apenas solta uma gargalhada. Apenas sorrio ao ver June gargalhando, mas tinha uma coisa que me incomodava no jeito de Holly falar o quão especial sua mentoreada havia sido. Algo a oferecer.
Paro no meio do caminho ao ver Holly seguindo por outra direção. Tento buscar palavras, mas não consigo encontrar nenhuma. A mentora já havia seguido adiante, enquanto eu ainda buscava palavras para ofendê-la.
- Você está certa, mentora. – Digo, baixinho, quase sem nem ao menos ouvir o próprio som da minha voz. Cerro os punhos, ainda buscando qualquer outro sentimento que não fosse raiva.
June me puxa pelo braço, entediada. Puxo meu braço de volta e peço para que ela siga em frente.
- Ai se essa aí estivesse no shopping... - diz June, gargalhando novamente, colocando o braço em torno do pescoço de Robert, para fazer um cafuné.
Entro minutos depois da minha mentora e meu acompanhante no trem. Alguns pacificadores tiveram que me acompanhar até o trem, caso contrário eu atrasaria toda a viagem para o Distrito 4. Foda-se o Distrito 4.
Entro no vagão e o trem começa a viagem. Pego um copo de água na cozinha sem nem ao menos me dar o trabalho de olhar para a cara de algum avox, acompanhante ou o caralho a quatro. Giro a maçaneta e entro no quarto. As palavras de Holly ainda ecoavam na minha cabeça. Por quê fiquei tão incomodado com o que aquela mentora disse?
Pego Filha da Puta e folheio as páginas, lendo tudo o que escrevi nos últimos dias. Percebo depois de ler umas três vezes que todos os dias desde que passei no ’11 venho buscando por algo que me completasse. Eu não procurava completar algo ou alguém, eu procurava algo para mim. Meu egoísmo falava muito mais alto quando o assunto se tratava de “oferecer algo”. Jogo o copo cheio de água na parede vejo o vidro partir em mil pedaços. As viagens dos vitoriosos do ‘2 me vem à cabeça. Não fiz nada diferente deles, sendo carreirista. Eu não venho fazendo diferença alguma. Sou como um pacote de farinha do mesmo saco que não sabe expressar meus sentimentos caso não haja sangue envolvido.
Dou o primeiro soco na parede. Sinto meu punho arder com o impacto da estrutura construída pela Capital. Um segundo soco com a mesma mão. Já vejo algumas marcas roxas aparecendo no braço fechado e forte.
- Filha da puta! – mais um soco. – FILHA DA PUTA! – Grito tão alto que acredito que todo o vagão escutou minha voz. Começo a encher a parede do quarto de socos, enquanto da minha boca só era possível ouvir uma única vogal.
Eu não sou bom o suficiente. Não matei tanto quanto June, não sou tão simpático quanto Aaron e nem mesmo inteligente como Gunnar. Não fiz porra alguma além de jogar um bestante e explodir uma garota. Uma garota que todos os Distritos anteriores vangloriavam de pé. Despenco, de joelhos no chão. Minhas mãos estavam cheias de sangue e tremiam. Ouço Robert batendo na porta, preocupado.
- Estou bem, caralho!
Ouço um chute na porta do quarto e a tranca se quebra. June entra e senta do meu lado, olhando para minhas mãos, trêmulas. Ela passa uma das mãos no meu rosto e pede para um avox que estava na porta trazer dez pratos. Pouco tempo depois o avox volta com vários pratos em mãos. June pega os pratos e coloca no chão, segurando um único na mão.
- Tá esperando o quê para começar a quebrar essa merda na parede?
Limpo as lágrimas que estavam querendo sair dos olhos e me coloco de pé, segurando todo o monte de pratos nas mãos. June faz o início, jogando o primeiro prato na parede. Eu pego o segundo, colocando toda a raiva que sentia naquela merda. Atiro e estilhaço o prato na parede.
Mesmo com o convite de June para passar a noite em seu quarto, decido recusar sua grande proposta de me matar enquanto dormia e acabo ficando com o sofá. Passo o resto da noite vendo fitas dos jogos anteriores, em especial as fitas da edição de Viúva Negra, a 9º edição dos Jogos Vorazes. Holly ainda era uma garotinha pequena e indefesa e fez aliança com carreiristas durante sua edição, atacando o rapaz pelas costas quando finalmente sobraram apenas os dois na final. Ela era extremamente convincente, mas tinha ganhado a fama de falsa durante os anos. Isso explica o porquê de Holly Jones ter me deixado com uma baita enxaqueca.
Pego a tabela de popularidade durante a final dos Jogos Vorazes e me surpreendo com o resultado. Realmente Anastácia tinha a maioria a seu favor, comigo seguindo logo em sua cola. Holly não estava mentindo completamente, o que ainda me fazia pensar na tamanha arrogância e egoísmo com que tratei a situação em alguns dos últimos Distritos.
Sabia que não precisava ser simpático com ninguém, todos ainda olhariam para mim da mesma forma, mas eu podia achar minha forma de fazer a diferença. Buscar algo a oferecer.
Na manhã seguinte, levanto muito mais disposto, apesar de ter dormido por apenas algumas horas. A pomada que passei no punho já tinha fechado as cicatrizes, me deixando apenas com alguns hematomas leves. Sigo atrás da equipe de preparação para me deixarem pronto para visitar o Distrito 4, um Distrito no qual não tive o mínimo contato durante os Jogos.
A princípio eu não esperava nada de diferente no Distrito, até Robert me passar as informações e dados dos mortos. O rapaz foi morto na caverna, sozinho, enquanto a menina havia sido morta por Anastácia. Uma dúvida rapidamente me vem à cabeça. Será que pela primeira vez durante toda minha turnê eu seria bem recebido por algum Distrito?
A porta do trem se abre e me surpreendo com a pureza e tranquilidade do lugar cercado por praias e navios. Morar no Distrito 4 não me parecia ser algo ruim. Caminho em direção ao Edifício da Justiça e vejo os Vitoriosos do ‘4 esperando por mim, sorrindo. Quê?
Recebo um “Bom dia” de Leonel, o primeiro vitorioso entre eles, seguido por um aperto de mão de Lartius e Mags, que educadamente me perguntam da viagem e como eu estava. Hammil seguia logo atrás deles, estendo minha mão para cumprimenta-lo, mas ele logo me da um abraço, com um sorriso bem largo e simpático. Esse dia já está começando muito estranho.
- O que eu perdi? - digo para Robert, que me responde com um sorriso, explicando que aparentemente o Distrito 4 me queria bem.
Sou surpreendido pela segunda vez quando entro no palco para falar com o público. Eles estavam... Me aplaudindo? Realmente esse dia não poderia ficar mais estranho. Desde que fui recebido no ‘2 não tinha algo assim. Sorrio para a população e deixo o cartão que Robert me deu de lado. Não vou ler mais cartão algum.
- Muito obrigado pela recepção calorosa com a qual vocês me receberam, sem dúvidas isso me deixa muito feliz. – digo, tranquilamente. - O Distrito 4 assim como o ‘2 sempre vem com força máxima para os Jogos, assim como fizeram em todas as edições anteriores, trazendo 4 grandes vitoriosos para o Distrito. – Olho para os pedestais e vejo a família da garota, aparentemente os pais dela me olhavam calmamente, com lágrimas nos olhos - Dei o meu melhor e espero que o coração de vocês seja confortado. Sem dúvidas eram bons carreiristas.
Ouço alguns gritos e assobios da plateia e mais aplausos. Levanto uma das mãos e novamente cumprimento os vitoriosos antes de sair. Sorrio para June e Robert. Agora tudo o que eu precisava fazer era encontrar algo a oferecer.
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